Cuidar de Dados é Cuidar de Gente: investimento em saúde digital

A temática de investimento em saúde digital, que foi destaque em plenária do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Salvador (BA), no final de maio deste ano (veja matéria publicada pelo Ministério da Saúde) tem tomado grandes proporções em debate por todo o mundo.

O que é saúde digital?

No artigo Saúde digital e a plataformização do Estado brasileiro (2023) encontra-se a seguinte definição: “A saúde digital é apresentada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um campo de conhecimento e prática associada com o desenvolvimento e uso de tecnologias digitais na saúde.”

A discussão da digitalização da saúde não é de hoje. Desde a década de 1970 foram implantados os primeiros sistemas eletrônicos de registro de informação em saúde. Mas foi a partir da década de 1990 que a discussão em torno do assunto ganhou força.

Porém, foi em 2019 que o Ministério da Saúde, por influência da Organização Mundial da Saúde (OMS), passou a desenvolver uma estratégia a respeito da saúde digital. Os maiores resultados dessa foram o Conecte SUS e a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), plataformas essas que caminham na direção da plataformização do Estado.

 

Desdobramentos: proteção de dados

A representação do Banco Mundial, presente na plenária do G20, anunciou que irá investir para que os setores público e privado trabalhem juntos em iniciativas para a digitalização da saúde. Ambos comprometidos a garantir que os dados das pessoas sejam protegidos.

Assim, o tema da proteção de dados ganha evidência, sendo importantíssimo de ser colocado em pauta. Uma vez que não é um tema tangível – não conseguimos perceber o real perigo de colocar os nossos dados em risco. Todo clique e toda informação posta na internet geram dados que, por sua vez, são monetariamente valiosos, para diferentes objetivos.

Camille Miguel, diretora de Tecnologia e Transformação Digital da Clariens Educação em fundo marrom, em posição formal cruzando os braços. Vestida com calça preta e camisa azul, além de brincos, pulseira, colar, anel e óculos de grau vermelho.

Camille Miguel – Diretora Clariens Educação

Segundo a Diretora de Tecnologia e Transformação Digital da Clariens Educação, Camille Miguel:

“Informações de saúde são extremamente sensíveis e pessoais. Portanto, é imperativo que sejam protegidas contra acessos não autorizados e violações de segurança. A proteção de dados na saúde digital não é apenas uma questão de privacidade, mas também de segurança do paciente. Vazamentos de dados podem ter consequências devastadoras, desde a perda de confiança até danos financeiros e emocionais.”

Medidas a serem tomadas em relação a proteção de dados são indispensáveis e precisam ser pensadas tanto de forma coletiva como individual. Para caminharmos na direção certa no sentido do investimento em saúde digital, o tema deve ser mais debatido, com a seriedade e relevância que tem. Por não ser algo palpável, é muito comum as pessoas não se preocuparem ou darem a atenção ao tema que deveriam. É direito de todo cidadão a posse e privacidade das suas informações.